Autor: Charlotte Rogan
Ano: 2013
Páginas: 240
Idioma: português
Editora: Intrínseca
Sinopse: "No verão de 1914, a Europa está à beira da guerra, mas o futuro de Grace parece caminhar para um destino seguro enquanto ela e o marido navegam rumo a Nova York. No entanto, uma misteriosa explosão afunda o navio e Grace se vê confinada em um barco salva-vidas com outras trinta e oito pessoas. À medida que o clima piora, os passageiros são forçados a escolher lados em uma disputa por poder. Durante três semanas, os sobreviventes planejam, esquematizam, disseminam intrigas e confortam uns aos outros enquanto suas mais profundas convicções sobre humanidade e divindade são postas em xeque."
No Coração do mar já começa pelo fim... isso mesmo! Não é um spoiller ok pessoal? Mas aqui nessa história temos um náufrago de um navio. Não sabemos ao certo porque isso aconteceu e nem como estava a tripulação antes do ocorrido. Justamente porque a autora conta uma história de sobrevivência, a partir dessa tragédia que acontece bem no início da trama.
é a partir dos relatos de Grace Winter que temos a visão do quanto é pavoroso estar no meio do mar sem saber ao certo o que fazer, depender de outras pessoas e do destino para sobreviver...
E foi por causa da sinopse que dei uma chance a esse livro. O assunto me agradou bastante e a premissa de ser um livro impactante foi o que realmente me fez lê-lo.
A história não é ruim. Ela expõe através dos pensamentos de Grace o quanto o instinto de sobrevivência se torna forte em situações de morte iminente. Sendo assim a autora conseguiu transmitir o desespero de uns, o egoísmo de outros e também a crueldade. Todo esse misto de acontecimentos nos desperta a curiosidade, mas ainda assim eu não consegui ter uma leitura fluida. O livro não tem um grande volume de páginas, tem drama do começo ao fim, com questionamentos bem interessantes, mas o fundamental, na minha opinião, é que a obra tem que saber cativar.
A protagonista que relata todos os acontecimentos do início ao fim é prepotente, só pensa em si, é extremamente cansativa e sem graça. Em suas divagações ela volta também um pouco no passado para testemunhar que seu noivo está à sua espera e que ela precisa muito voltar com vida para ter a vida que sempre sonhou. Não havia romance, nem amor, pelo que pude entender. Somente a vontade de desfrutar daquilo que a vida lhe negara tanto tempo: dinheiro e conforto.
Ainda assim, é uma leitura que choca pois contem algumas situações onde os poucos tripulantes do bote devem fazer escolhas um tanto quanto dolorosas e cruéis.
Recomendo muito esse livro para quem gosta dessa temática, afinal, a obra foi eleita uma das melhores de 2012 pelos jornais The Guardian, The Independent e The Globe and Mail.